segunda-feira, 14 de maio de 2012

teste sobre novo acordo ortográfico

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Última chamada: novo acordo ortográfico passa a valer em 2013

As novas normas da Língua Portuguesa passam a ser obrigatórias no ano que vem. Você está preparado?

Bruna Nicolielo
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As regras do novo acordo ortográfico passam a valer definitivamente a partir de 1º de janeiro de 2013. Se você ainda não domina todas as mudanças, precisa se preparar para adotá-las (leia as principais alterações no final desta página). Todo professor, independentemente da disciplina que leciona, deve seguir as normas para escrever corretamente em diferentes contextos - na preparação e na correção de atividades e provas, no quadro, nos bilhetes enviados aos responsáveis e em textos direcionados aos colegas de trabalho e à direção, como o planejamento.



A melhor forma de lembrar as alterações - e incorporá-las progressivamente - é manter bons materiais de consulta sempre à mão. "Uma possibilidade é recorrer a um dicionário com verbetes atualizados, que pode ficar em classe ou na sala dos professores, até que todos se familiarizem com elas", diz Clecio Bunzen, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No computador, usar versões recentes de corretores de texto também ajuda. Outra dica é preparar colas sobre aquilo que desperta mais dúvidas, como o uso do hífen, e deixá-las sempre à mão.



Bem informado e preparado, você estará apto a esclarecer questões trazidas pelos alunos e ajudá-los a revisar seus textos. Crianças em processo de alfabetização são as menos afetadas, pois já devem aprender conforme as novas regras da língua. Além disso, nas séries iniciais, não há um trabalho de reflexão sobre a acentuação ou sobre o uso do hífen - duas das principais modificações. "Nesse momento, os pequenos se preocupam com outros aspectos da ortografia, como escrever caracol com 'l' ou com 'u'", afirma Bunzen. "Quando forem estudar os acentos, as regras novas já terão sido internalizadas", afirma.



Os mais velhos, que conhecem as normas hoje em vigor, têm mais dúvidas. "Eles precisam ser orientados por meio do ensino específico do que mudou", explica Artur Gomes de Morais, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor de livros sobre o aprendizado da ortografia. Segundo ele, é importante ler palavras grafadas corretamente, especialmente nos casos em que as formas não podem ser compreendidas com regras. A recomendação, nesse caso, também é usar materiais de consulta, sem se preocupar em levar a turma a decorar as alterações não usadas com frequência.



Se a garotada se deparar com uma grafia antiga em um livro, por exemplo, pode-se incentivar a investigação do "erro", buscando a data de impressão dele. As alterações na ortografia podem ser resgatadas no momento em que essas dúvidas surgem - sem desviar, é claro, do conteúdo previsto para a aula.



O que motivou o novo acordo



As mudanças foram planejadas visando unificar as regras do idioma no Brasil, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, em Portugal, em Angola, na Guiné-Bissau, em Moçambique e no Timor Leste, que vêm discutindo o tema desde os anos 1990. O fator econômico foi determinante, pois a padronização vai facilitar a integração comercial.



A unificação pode ainda estimular o intercâmbio científico e cultural entre esses países. Embora todos falem a mesma língua, nem sempre é fácil entender além de suas fronteiras o texto escrito em um deles. E isso impede que as culturas nacionais transitem de um país para outro. "Com a reforma, é esperado que os bens culturais dessas nações, como as produções literárias, ganhem maior projeção e passem a ser mais consumidos fora de seu território de origem", explica Ulisses Infante, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e autor de diversas obras sobre a língua.



A reforma não atinge todos os países da mesma maneira. No Brasil, por exemplo, 2 mil palavras sofreram alterações, ou seja, 0,5% do total. Já em Portugal cerca de 10 mil termos mudaram - 1,5%. Lá, "óptimo" e "acção" passaram a ser grafados como por aqui ("ótimo" e "ação"), aproximando-se da linguagem oral comum no nosso país.



Mudanças ortográficas não são uma novidade no Brasil. As primeiras ocorreram em 1943, com o propósito de aproximar as normas oficiais da língua usada no cotidiano, incorporando brasileirismos, por exemplo. Assim, foram endossadas grafias como "comércio" e "farmácia", que já eram usadas por aqui juntamente com "commercio" e "pharmacia" - comuns em Portugal.



Uma nova atualização ocorreu em 1971. Nessa, o trema nos hiatos átonos (como em "vaïdade") deixou de ser usado. Além disso, o acento circunflexo diferencial nas letras "e" e "o" das palavras escritas da mesma maneira, mas com sons distintos, foi eliminado. É o caso do substantivo "almôço", que levava acento para ser distinguido de "almoço", da conjugação do verbo almoçar na primeira pessoa do singular. O mesmo ocorreu com o substantivo "comêço".



Esse percurso comprova que a língua é dinâmica e se altera com o passar dos tempos. O mesmo ocorre com a ortografia, uma convenção social, fruto do momento histórico. As mudanças do idioma, portanto, devem ser analisadas de acordo com o contexto.



Mudanças na língua



1 Acento agudo



- Deixa de existir nos ditongos (encontro de duas vogais em uma só sílaba) abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (que têm a penúltima sílaba pronunciada com mais intensidade).



heróico heroico



assembléia assembleia



Observação: as oxítonas (com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos terminados em "éi", "éu" e "ói", no singural e plural (anéis, chapéu e herói) continuam com acento.



- Desaparece nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior, que, por sua vez, faz parte de um ditongo.



feiúra feiura



Observação: as vogais "i" e "u" continuam a ser acentuadas se formarem hiato, mas estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de "s" (baú e baús) ou, em oxítonas, se forem precedidas de ditongo e estiverem no fim da palavra (tuiuiú).



2 Trema



- É eliminado, mas a pronúncia continua a mesma.



tranqüilo tranquilo



freqüente frequente



Observação: o sinal foi mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados (como em Müller e mülleriano).



3 Acento circunflexo



- Não é mais usado nas palavras terminadas em "oo".



enjôo enjoo



- Também desaparece o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, ler, ver e derivados.



lêem leem



Observação: nada muda na acentuação dos verbos ter e vir e dos seus derivados.



4 Acento diferencial



- Nos casos abaixo, não é mais usado para facilitar a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia.



- pára (forma verbal) e para (preposição)



- pelo (preposição + "o") e pêlo (substantivo)



Observação: duas palavras continuarão recebendo o acento diferencial:



- Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por.



- Pôde (verbo conjugado no passado) também mantém o acento para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo no presente).



5 Hífen



- Deixa de ser empregado quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes "s" ou "r". A consoante, então, passa a ser duplicada.



anti-religioso antirreligioso



- Caiu nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com outra.



auto-estrada autoestrada



Observação: ele se mantém quando o prefixo termina com "r" e o segundo elemento começa com a mesma letra, como em super-resistente.

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Publicado em NOVA ESCOLA Edição 252, Maio 2012. Título original: Última chamada

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domingo, 13 de maio de 2012

exercício tipos de sujeito


tipos de sujeito

Matching exercise

Match the items on the right to the items on the left.

1. Reforma-se ternos.
2. Há muitos conhecedores de grego.
3. Choveu muito em Santa Catarina.
4. Verificou-se a ausência de muitos concorrentes.
5. Deve haver muitas pessoas generosas.
6. Rapaz, beba esta limonada.
7. Devem existir pessoas generosas.
8. Aconteceram coisas estranhas naquele dia.
9. Apareceu na casa de Ana Maria, amassado, um ramalhete de flores.
10. No último verão, as casas da vila foram reformadas.

11. Fez muito frio ontem.
12. Velhos e moços vem passear no parque.
13. Encontrei-o muito abatido ontem.
14. Procuram-no por todo o bairro.
15. Encontramos a criança recuperada.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Palavras fazendo o bem

Assista ao vídeo e conheça o projeto "Doe Palavras" do Instituto Mário Pena. Depois componha uma mensagem de carinho, amor e conforto àqueles que precisam de apoio na luta contra as enfermidades que os afetam. Escreva com o coração. Suas palavras serão bem-vindas.




Acesse http://www.doepalavras.com.br




#doepalavras from 3bits on Vimeo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

a vírgula - Pasquale Cipro Neto - PARTE 2

A_VÍRGULA_2_clique aqui




04/11/2011

Duas palavras sobre a vírgula (2)

Pasquale Cipro Neto





Na semana passada, trocamos dois dedos de prosa sobre algumas das situações em que se emprega (ou não se emprega) a vírgula. Um dos casos vistos é clássico: com uma simples vírgula, o que é sujeito passa a vocativo. Nossos exemplos foram “Meu filho dorme!” e “Meu filho, dorme!”. Na primeira frase (sem vírgula), “meu filho” é sujeito; na segunda, é vocativo.



Vejamos outro caso semelhante. Imagine uma torcida de um time de futebol furiosa com os atletas de sua equipe. Que tal a torcida do Palmeiras, que não vai nada bem das pernas? Suponha que essa torcida exponha num estádio estas faixas: “Valdivia joga bola”; “Valdivia, joga bola”. Que tal? Com a primeira faixa, o atleta seria elogiado; com a segunda... Percebeu?



A esta altura, talvez seja bom (re)lembrar que, quando os termos de uma oração estão dispostos na ordem direta, não há motivo para o uso da vírgula. Veja este exemplo: “Todos os atletas recentemente contratados pelo riquíssimo clube da capital espanhola são titulares das seleções de seus países”. Qual é o sujeito dessa oração? Começa em “todos” e termina em “espanhola”. Pois bem, entre “espanhola” e “são”, ou seja, entre o sujeito e o verbo, não há vírgula. E não há por uma razão muito simples: não existe motivo para separar termos que têm relação sintática direta e que estão lado a lado, como sujeito e verbo (ou verbo e sujeito), verbo e seus complementos etc.



Vejamos outros exemplos: “Mostrei o texto a ela”; “Entregaremos o certificado de conclusão do curso a todos os alunos aprovados nas provas e presentes a pelo menos 80% das aulas”. Que semelhança há entre esses dois exemplos? Vamos pensar. No primeiro, temos a forma verbal (“mostrei”) seguida de seus dois complementos: “o texto” (complemento direto, a coisa que se mostra) e “a ela” (complemento indireto, a pessoa a quem se mostra o texto). Você colocaria alguma vírgula nesse exemplo? É pouco provável, não? Pois bem, na segunda frase temos exatamente a mesma seqüência: a forma verbal “entregaremos” e seus dois complementos (“o certificado de conclusão do curso”, complemento direto, e “a todos os alunos aprovados nas provas e presentes a pelo menos 80% das aulas”, complemento indireto). A diferença é o tamanho dos complementos, o que não significa nada: não há vírgula no primeiro exemplo porque o verbo e seus dois complementos vêm em sequência direta; não há ví rgula no



segundo exemplo pelo mesmo motivo.



Quer ver outro exemplo clássico? Vamos lá: “Informamos a todos os interessados que João das Neves é funcionário desta empresa desde 1976”. A forma verbal “informamos” é seguida de seus dois complementos: a pessoa a quem se informa algo (complemento indireto) e aquilo que se informa (complemento direto). Não há vírgula depois de “informamos” porque não se separa verbo de complemento de verbo, assim como não se separa pai de filho. Não há vírgula depois de “interessados” porque não se separa um complemento verbal de outro, assim como não se separa um irmão de outro. Em outras palavras, o complemento indireto de “declaramos” é “a todos os interessados”; o complemento direto é “que João das Neves é funcionário desta empresa desde 1976”. Por fim, não há vírgula entre “João das Neves” e “é” porque, como você já sabe, não se separa sujeito de verbo com vírgula.



A história vai longe. Por enquanto, tente lembrar (e entender) que a vírgula não tem relação com os pulmões. Seu emprego depende de fatores ligados à sintaxe e, muitas vezes, ao estilo.

a vírgula - Pasquale Cipro Neto

28/10/2011 | Duas palavras sobre a vírgula
Pasquale Cipro Neto

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Já faz tempo que não troco com os leitores duas palavras sobre o emprego dos sinais de pontuação. Nem preciso dizer que a vírgula é _de longe_ a campeã das solicitações dos leitores quando tratam do assunto “pontuação”.

Para começar, não custa (re)lembrar que é melhor deixar de lado pérolas como “a vírgula serve para respirar” ou “cada vez que se respira, coloca-se uma vírgula”. Definitivamente, é bom esquecer esses “conceitos”.

Essas falsas teses decorrem _provavelmente_ da inversão do raciocínio: como a vírgula muitas vezes indica uma pausa, supõe-se (erroneamente) que a toda pausa corresponde uma vírgula. Não é assim. Quando o sujeito é longo, por exemplo, é normal que, na leitura, haja uma pausa entre ele e o verbo, o que não significa que se deva colocar uma vírgula entre esses dois termos da oração.

Verbo e sujeito (ou sujeito e verbo) não se separam por vírgula, mesmo que o sujeito seja extenso. Vejamos estes dois casos: “Meu filho dorme!”; “Meu filho, dorme!”. Nesses trechos, a função de “meu filho” depende da presença ou da ausência da vírgula. No primeiro exemplo (sem vírgula), “meu filho” é o sujeito da oração. Nesse caso, declara-se que o filho dorme. No segundo exemplo, a vírgula transforma “meu filho” em vocativo, que nada mais é do que o ser (real ou personificado) ao qual a mensagem é dirigida. A palavra “vocativo” é da mesma família de “evocar”, “evocação”, “convocar” etc.

Os dois exemplos do parágrafo anterior ilustram bem o que pode ocorrer quando se emprega uma “inofensiva” vírgula. Pode-se, por exemplo, transformar o sujeito em vocativo (e vice-versa); pode-se, enfim, pura e simplesmente alterar o sentido do texto.

Em mensagens publicitárias (de empresas privadas ou de órgãos públicos) é comum o emprego do vocativo sem a vírgula. Há algum tempo, havia uma campanha cujo lema era “Acorda Brasil!”. Que significa isso? Tudo, menos o que parecia ser o objetivo do Ministério da Educação (patrono da campanha). Para que o termo “Brasil” funcionasse como vocativo, teria sido necessário separá-lo por vírgula (“Acorda, Brasil!”).

A esta altura, alguém talvez esteja pensando nas formas verbais “acorda” e “dorme”, das frases “Acorda, Brasil!” e “Meu filho, dorme!”. Para que se configurasse a ideia de ordem e para que “Brasil” e “meu filho” efetivamente tivessem a função de vocativo, não seria necessário que as formas verbais fossem “acorde” e “durma”, respectivamente? A resposta é não. Consegue-se o tom imperativo (de ordem) na mensagem tanto com “acorda” e “dorme” quanto com “acorde” e “durma”.

Em termos de língua padrão, “acorda” e “dorme” são da segunda pessoa do singular (“tu”) do imperativo afirmativo, que, como já vimos algumas vezes neste espaço, deriva do presente do indicativo (sem o “s” final”). De “acordas (“tu acordas”) e “dormes” (“tu dormes”), fazem-se “acorda” e “dorme” (segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo de “acordar” e “dormir”, respectivamente). Sempre em termos de língua padrão, a terceira pessoa do singular do imperativo é feita a partir do presente do subjuntivo (“acorde” e “durma”, respectivamente).

Moral da história: em “Acorda, Brasil!” e “Meu filho, dorme!”, temos (de acordo com a língua padrão) a segunda pessoa do singular (“tu”) do imperativo afirmativo; em “Acorde, Brasil!” e “Meu filho, durma!”, temos a terceira pessoa do singular (“você”). Se pensássemos na língua oral do Brasil, a questão seria um pouco diferente, mas isso fica para outra coluna.
Autor
Pasquale Cipro Neto

Pasquale Cipro Neto é professor de português desde 1975.


AuthorUID Outros artigos de Pasquale Cipro Neto


05/01/2012 | E o ponto e vírgula?
Pasquale Cipro Neto


Nas últimas semanas, trocamos dois dedos de prosa sobre alguns casos do emprego (e do não emprego) da vírgula. No último texto, vimos que o “e” e a vírgula se dão muito bem. Hoje vamos trocar duas palavras sobre o ponto e vírgula (;), sinal de pontuação cujo emprego não é tão complicado como muita gente pensa. Antes que eu me esqueça, uma pergunta: notou que, depois da reforma ortográfica, a expressão “ponto e vírgula” passou a ser grafada sem hífen?
Pois bem. O emprego do ponto e vírgula pode começar a se simplificar se pensarmos no nome dele. Por que “ponto e vírgula”? Certamente, porque se trata da mistura da vírgula com o ponto final. O ponto e vírgula indica uma pausa mais forte do que a da vírgula e mais fraca do que a do ponto. Em outras palavras, o ponto e vírgula é quase um ponto final.
Leia comigo este título jornalístico: “Copom reduz os juros; nova taxa é a mais baixa do ano”. Que faz aí o ponto e vírgula? Separa duas partes autônomas, independentes, que têm sentido completo. É como se tivéssemos isto: “Copom reduz os juros. Nova taxa é a mais baixa do ano”. Como se vê, seria possível colocar ponto final, mas, com o ponto e vírgula, deixa-se claro que, embora autônomas, as duas informações se referem ao mesmo assunto, fazem parte do mesmo contexto.
Agora leia esta frase: “Quando ela estava pronta para sair; começou a trovejar”. Que lhe parece o ponto e vírgula? Mal empregado, não? O primeiro dos blocos separados pelo ponto e vírgula (“Quando ela estava pronta para sair”) é autônomo, independente? Certamente não. Esse bloco é incapaz de, sozinho, constituir informação plena, completa.
Moral da história: o ponto e vírgula não separa partes dependentes; separa partes autônomas, independentes, porém ligadas pela noção de conjunto, de contexto.
Quer ver outro bom exemplo? Imagine uma lista das decisões tomadas numa assembleia de condôminos. Teríamos a clássica frase inicial, que costuma terminar com dois pontos (“A assembléia deliberou o seguinte:”), e em seguida a lista de decisões, numeradas ou marcadas por letras. Que se coloca ao fim de cada item? Certamente um ponto e vírgula, que indica que cada item tem sentido completo, mas faz parte de um conjunto. Depois da clássica frase inicial, poderíamos ter o seguinte: “1) multar os moradores que sujarem as paredes; 2) iniciar a reforma da garagem, aprovada na reunião anterior; 3) instalar a nova central de interfones”.
Mais um exemplo? Vamos lá. Vamos passar pelo futebol, ou, mais especificamente, pela escalação de um time de futebol. Para ninguém brigar comigo, não vou pegar a escalação (atual ou antiga) de um dos nossos times. Vou pegar uma escalação da seleção brasileira. Que tal a de 1970, que ganhou a Copa do México? Lembra qual era o time titular? A equipe que mais jogou era esta: Félix, Carlos Alberto, Brito, Wílson Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Rivellino; Jairzinho, Tostão e Pelé.
O que você notou em relação aos sinais de pontuação? Percebeu que os jogadores são separados por vírgulas, mas, de repente, aparece um ponto e vírgula? Depois, nova sequência de jogadores separados por vírgula, até que aparece um novo ponto e vírgula. Depois, a última repetição dessa sequência. Qual é o segredo? É simples: quando acaba a defesa e começa o meio de campo, acaba uma parte, um compartimento, mas não acaba o todo, o conjunto, ou seja, o time. Nessa hora, o que separa um compartimento do outro é o ponto e vírgula. Quando acaba o meio de campo e começa o ataque, o processo se repete. Não é difícil, é?

EM ELZA DE OLIVEIRA CARVALHO

A partir de fevereiro de 2012 este blog estará voltado principalmente para os alunos do 8º ano da E.M. Elza de Oliveira Carvalho, onde estarão postados exercícios, atividades e outros materiais para nossas aulas!