segunda-feira, 8 de outubro de 2007

ANÁLISE SINTÁTICA- 3C1/3C2

ANÁLISE SINTÁTICA

Termos da oração
Chama-se oração todo enunciado, com sentido completo ou não, que possui verbo, O conjunto de orações chama-se período.
Ex.: Maurício escreveu uma bela carta (período simples: uma oração)
Fabiano estudou e foi para a escola. (período composto: mais de uma oração)

Uma oração se divide, geralmente, em dois termos básicos, chamados de essenciais: sujeito e predicado. Dentro de um e outro, aparecem termos diferentes, tais como objeto direto, predicativo, adjunto adnominal etc.
Ex.: Teu amigo disse a verdade
sujeito Predicado
Dentro do sujeito: teu (adjunto adnominal)
Dentro do predicado: a verdade (objeto direto)

Modelo de análise sintática

Aquele menino trouxe um belo presente para a mãe ontem.
Sujeito predicado

Suj.: Aquele menino (simples)
Núcleo do suj.: menino (a palavra mais importante do sujeito)
Adj. adn.: Aquele
Pred.: trouxe um belo presente para a mãe ontem (verbal)
Núcleo do pred.: trouxe (v. trans. dir. e ind.)
Obj. dir.: um belo presente
Núcleo do obj. dir.: presente
Adj. adn.: um, belo
Obj. indir.: para a mãe
Núcleo do obj. indir.: mãe
Adj. adn.: a
Adj. adv. de tempo: ontem

Obs.: Para é preposição: não tem função sintática

Termos essenciais

Sujeito
É o ser a respeito do qual se declara alguma coisa.
Ex.: Marcelo controlou a situação.
Quem controlou a situação? Marcelo. Logo, Marcelo é o sujeito.

O sujeito se classifica em:
1) Simples: com apenas um núcleo.
Ex.: O gato bebeu o leite.
Alguém chegou agora.
Vendem-se casas. (Casas são vendidas).
Gostei muito da resposta. (sujeito simples: EU)
Neste último caso, o sujeito se classifica como simples, mas se encontra subentendido, oculto ou elíptico.
Mandei-o estudar.
Aqui, o pronome o é sujeito do verbo estudar. É o que se conhece como sujeito de infinitivo. Isso só ocorre com os verbos cansativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, sentir, ouvir) seguidos de infinitivo. A oração começada pelo pronome átono é sempre objetiva direta. Assim, temos: lª or. - Mandei (principal); 2ª or. - o estudar (sub. substantiva obj. direta).

2) Composto: com mais de um núcleo.
Ex.: Jairo e Mônica foram à escola juntos.
Eu e você seremos felizes.

3) Indeterminado: quando há sujeito, mas não se pode precisar qual é. Ocorre em dois casos:
• Com verbos na terceira pessoa do plural, sem o sujeito presente no texto.
Ex.: Batem à porta.

• Com verbos que não sejam transitivos diretos, na 3ª pessoa do singular, mais o pronome SE (símbolo ou índice de indeterminação do sujeito).
Ex.: Precisa-se de ajudantes.
Aqui se vive bem.
Ficou-se triste.

Obs.: Se o verbo for transitivo direto, mas vier com objeto direto preposicionado, o sujeito também estará indeterminado.
Ex.: Cumpriu-se com o dever. (sujeito indeterminado)
Mas: Cumpriu-se o dever. (sujeito simples: o dever)

4) Oração sem sujeito: quando a oração possui apenas predicado. Alguns autores dizem sujeito inexistente. Ocorre nos seguintes casos principais:
• Com o verbo haver significando existir ou indicando tempo.
Ex.: Há muitos livros na estante.
Há meses que não vou lá. (A primeira oração não tem sujeito.)

• Com o verbo fazer indicando tempo decorrido ou meteorológico.
Ex.: Faz três anos que não nos vemos. (A primeira oração não tem sujeito.)

• Com os verbos de fenômeno da natureza.
Ex.: Ontem choveu muito.

• Com os verbos ser, estar e ir (este, seguido de para) indicando tempo.
Ex.: São duas horas. Hoje são três de março. Era na primavera. Está muito frio hoje. Já vai para dois anos que não o vejo

Predicado
É tudo aquilo que se declara do sujeito.
Ex.: A onça é um animal feroz.

O predicado se classifica em:
1) Nominal: formado por um verbo de ligação e um predicativo do sujeito, que é seu núcleo.
Ex.: Isabel está nervosa.
Está: verbo de ligação.
Nervosa: predicativo do sujeito.

2) Verbal: formado por um verbo transitivo ou intransitivo. O verbo é o núcleo do predicado.
Ex.: Isabel fez os doces.
Fez: verbo transitivo direto.

3) Verbo-nominal: formado por um verbo transitivo ou intransitivo e um predicativo (do sujeito ou do objeto).
Ex.: Isabel fez os doces nervosa.
Fez: verbo transitivo direto.
Nervosa: predicativo do sujeito.
Observe bem: Isabel fez os doces e estava nervosa.

Predicativo
É o termo que atribui ao sujeito ou objeto uma qualidade, estado, característica etc. Pode ser:
1) Do sujeito.
Ex.: Rodrigo é estudioso. Ela voltou cansada.

2) Do objeto.
Ex.: Eu o considero inteligente. (predicativo de o, que é objeto)

Termos integrantes

Objeto direto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto.
Ex.: Comprei um novo aparelho.
Coloquei-o ali.
Ela pegou da agulha. (objeto direto preposicionado)

Observe que, neste caso, o verbo não exige a preposição de. Ele é transitivo direto.
O objeto direto pode ainda ser:
1) Pleonástico: repetição do objeto direto.
Ex.: Sua irmã, ninguém a viu.

2) Interno ou cognato: do mesmo campo semântico ou lingüístico do verbo, que em condições normais é intransitivo.
Ex.: Tu vives uma vida tranqüila.

Objeto indireto
É o complemento de um verbo transitivo indireto.
Ex.: Todos precisam de afeto.
Refiro-me a ela.

O objeto indireto também pode ser pleonástico.
Ex.: Ao colega, não lhe diga isso.

Complemento nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio.
Ex.: Tenho medo dos exames. (medo é substantivo)
Estava certo da vitória. (certo é adjetivo)
Agiu contrariamente a meus interesses. (contrariamente é advérbio)

Obs.: Não se confunda o complemento nominal com o objeto indireto, que também tem preposição. O objeto completa o sentido de um verbo; o complemento nominal, de um nome.
Ex.: Necessitamos de leis. (objeto indireto)
Temos necessidade de leis. (complemento nominal)

Agente da passiva
É o termo que pratica a ação na voz passiva.
Corresponde ao sujeito da voz ativa. Vem introduzido pelas preposições POR (PELO, PELA) ou DE.
Ex.: A história foi contada por vovó. (o sujeito é passivo: a história)

Mudando a voz do verbo, temos: Vovó contou a história. O agente da passiva (por vovó) transformou-se no sujeito da voz ativa (Vovó).

Termos acessórios

Adjunto adnominal
É o termo que determina, modifica um substantivo.
Ex.: O rapaz trouxe para a escola uma bela composição.
Note bem: O rapaz (sujeito), rapaz (núcleo do sujeito), o (adjunto adnominal).
E assim por diante.

O adjunto adnominal pode ser representado:
1) Por um artigo.
Ex.: O cão latiu.

2) Por um pronome adjetivo.
Ex.: Minha tia é francesa.

3) Por um numeral adjetivo.
Ex.: Tenho três canetas.

4) Por um adjetivo.
Ex.: Ele sempre tira boas notas.

5) Por uma locução adjetiva.
Ex.: Achei um anel de ouro.

Cuidado para não confundir este último caso com o complemento nominal. Vejamos algumas diferenças:
a) O adjunto adnominal dá uma qualidade, indica posse ou restrição.
Ex.: Comprei copos de vidro. (qualidade ou matéria)
Não encontrei o brinquedo do garoto. (posse)

Observe também que copos e brinquedo são substantivos concretos.
Assim, não poderiam ter complementos nominais.

b) O complemento nominal completa o sentido da palavra. Sem ele, seria possível uma pergunta do tipo: de quê?
Ex.: Tenho certeza da vitória. (certeza de quê?)

c) Se a palavra precedida de preposição se liga a adjetivo ou advérbio, só pode ser complemento nominal.
Ex.: Estava pronto para tudo. (pronto é um adjetivo)
Atuou favoravelmente a nós. (favoravelmente é um advérbio)

d) Se a palavra que está sendo modificada é proveniente de um verbo, o termo preposicionado será complemento nominal se se tratar de termo passivo, correspondendo a um objeto ou adjunto adverbial; sendo ativo, trata-se de adjunto adnominal.

Ex.: A invenção do telégrafo beneficiou a humanidade.
Pode-se dizer: Inventaram o telégrafo. Logo, o telégrafo é um termo que sofre a ação. Do telégrafo é complemento nominal.

A invenção do sábio beneficiou a humanidade. Não se pode transformar invenção no verbo inventar, porque o sábio praticou a ação de inventar. Logo, do sábio é adjunto adnominal.

O adjunto adnominal representado por adjetivo pode confundir-se com o predicativo. Vejamos as diferenças:
a) Junto a verbo, será predicativo.
Ex.: Marta é inteligente. Mauro voltou animado.

b) Unindo-se diretamente ao núcleo de uma função (sujeito, objeto direto etc.), é adjunto adnominal.
Ex.: A bela criança sorriu. (está dentro do sujeito)

c) Vindo depois de um substantivo, pode haver confusão. Nesse caso, inverta-se a frase, pondo o adjetivo antes do substantivo. Se continuar ligado a ele, será adjunto adnominal; ficando afastado, será predicativo.
Ex.: Comprei uma casa bonita. (Comprei uma bonita casa)
adj. adn.

Considero o aluno inteligente. (Considero inteligente o aluno)
pred.

Neste último caso, em que temos um predicativo, a palavra o ficou entre o substantivo e o adjetivo.

Adjunto adverbial
É o termo que modifica um verbo, adjetivo ou advérbio, indicando a circunstância em que se desenvolve o processo verbal. E representado geralmente por advérbio ou expressão adverbial.
Ex.: Ontem fomos à praia.
tempo lugar

Principais adjuntos adverbiais:
1) Afirmação: Certamente ele voltará.
2) Negação: Não o quero aqui.
3) Dúvida: Irei provavelmente à tarde.
4) Lugar: Deixamos o carro naquela esquina.5) Tempo:Nós discutíamos uma vez ou outra.6) Modo:Márcia saiu apressadamente.
7) Intensidade: Estava muito nervosa.
8) Causa: Ele tremia de frio. (por causa do frio)
9) Instrumento: Cortou-se com a lâmina.
10) Meio: Só viajavam de trem. (meio de transporte)
11) Companhia; Passeava com o pai.
12) Finalidade ou fim: Vivia para o estudo.
13) Concessão. Foi à praia apesar da chuva.
14) Assunto: Falavam de política.
15) Conformidade: Agimos conforme as ordens.
16) Condição: Sem estudo, não passarás.

Aposto
Termo que se une a um substantivo ou pronome substantivo, esclarecendo-lhe o sentido. Geralmente é separado por vírgula ou dois pontos.
Ex.: O cão, melhor amigo do homem, é sempre fiel. (explicativo)
Só queria uma coisa: compreensão. (explicativo)
Glória, poder, dinheiro, tudo passa. (resumitivo ou recapitulativo)
O rio Amazonas é muito extenso. (apelativo ou especificativo)

Obs.: O aposto apelativo ou especificativo é o nome de alguém ou alguma coisa.

Estudou o dia todo, o que deixou a mãe feliz. (aposto referente a toda uma oração). Nesse caso, o aposto é representado por palavras como o, fato, coisa etc.

Agora, atente bem para a seguinte comparação:
Gosto de Petrópolis. (objeto indireto: complemento do verbo)
Vim de Petrópolis. (adj. adv. de lugar: vim é intransitivo)
Tive medo de Petrópolis. (compl. nominal: medo de quê?)
O clima de Petrópolis é bom. (adj. adn.: vale por petropolitano)
A cidade de Petrópolis é linda. (aposto: é o nome da cidade)

Vocativo
Termo com valor exclamativo que serve para interpelar alguém ou algo.
Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. Sempre com vírgula.
Ex.: Luís, empreste-me o martelo. (Ó Luís!)
Veja, meu filho, que linda lagoa! (ó meu filho!)
Não faça isso, garoto! (ó garoto!)

Classificação das orações

Absoluta
É a única oração de um período simples.
Ex.: O amor vence sempre.

Coordenada
É a oração que se une a uma outra, também coordenada, sem lhe representar um termo sintático. É, portanto, independente.

A oração coordenada pode ser sindética ou assindética. Chama-se assindética aquela que não é introduzida por conjunção. Chama-se sindética a que possui uma conjunção coordenativa.
Ex.: Fazia muito frio, / mas não peguei o agasalho.
assindética sindética
O avião pousou, / e os passageiros respiraram aliviados.
assindética sindética

Classificação das sindéticas
1) Aditivas: não acrescentam nenhuma idéia à coordenada assindética. Principais conjunções: e, nem, não só ... mas também.
Ex.: Começou a chorar e trancou-se no quarto.
Não só pintava, mas também fazia versos. (ou como também)

2) Adversativas: expressam uma idéia contrária ao que se diz na outra coordenada. Principais conjunções: mas, porém, contudo, todavia, e, no entanto.
Ex.: Corremos muito, mas não ficamos cansados.
Estudou muito e não aprendeu nada. (e = mas)

3) Conclusivas: expressam uma conclusão, em face do que se diz na assindética. Principais conjunções: pois (entre vírgulas), logo, portanto.
Ex.: "Penso, logo existo."
Rodrigo revisou toda a matéria; está, pois, preparado.

4) Alternativas: indicam pensamentos ou ações que se alternam ou excluem. Principais conjunções: ou, ora ... ora, ou ... ou, nem ... nem.
Ex.: Entregue sua prova, ou ficará com zero.
Ora ria, ora chorava. (As duas são alternativas)

5) Explicativas: dão uma explicação qualquer a respeito da assindética. Geralmente o verbo da primeira está no imperativo.
Principais conjunções: que, porque, pois.
Ex.: Não saia agora, que vai chover.
O chão está molhado, porque eu vi.

Subordinada
É a oração que representa um termo sintático de uma outra oração, que se diz principal.
Ex.: Ele disse que voltaria.
A oração que voltaria é subordinada porque representa o objeto direto da primeira.

Classificação das subordinadas
1) Adjetivas: iniciadas por um pronome relativo e funcionando como adjunto adnominal da oração principal. Podem ser:

a) Restritivas: restringem, limitam o sentido do antecedente do pronome relativo. Não se separam da principal por meio de vírgula.
Ex.: A flor que te dei murchou. (a qual te dei).
A pessoa de quem lhe falei é aquela. (da qual lhe falei)
Nasci numa casa onde há muitas mangueiras. (na qual há...)

b) Explicativas: explicam alguma coisa sobre o antecedente. Têm menos importância no período. Separam-se da principal por meio de vírgula. Assemelham-se a um aposto explicativo.
Ex.: A rosa, que é perfumada, enfeita o mundo. (a qual é perfumada)
Carlos, cujo irmão é médico, está aí fora.

Obs.: Reconheça-se o pronome relativo e se terá descoberto a oração subordinada adjetiva.

2) Substantivas: são orações que completam o sentido da principal, representando para ela termos próprios de substantivo (sujeito, objeto direto etc.). Começam normalmente por uma conjunção integrante (que ou se). Podem também ser introduzidas por um advérbio interrogativo (onde, quando etc.) ou pronome interrogativo (quem, qual etc.)
Ex.: Todos notaram que ele estava nervoso.

Obs.: A oração substantiva pode ser substituída pela palavra ISTO. Aproveitando o exemplo anterior, poderíamos dizer: Todos notaram isto.

As orações subordinadas substantivas podem ser:
a) Subjetivas: representam o sujeito da oração principal, que estará sempre com o verbo na terceira pessoa do singular.
Ex.: É necessário que sejam sinceros.
Convém que falem baixo.
Sabe-se que ele perdeu.
Quem chegar atrasado não fará a prova.

b) Objetivas diretas: desempenham a função de objeto direto.
Ex.: Veja onde está o livro.
Ninguém me disse que haveria reunião ontem.

c) Objetivas indiretas: funcionam como objeto indireto.
Ex.: Preciso de que me ajudem.
Ele aspirava a que todos fossem felizes.

Obs.: A preposição DE pode ficar subentendida.
Ex.: Esqueceu-se que ia jogar.

d) Completivas nominais: representam o complemento nominal.
Ex.: Tinha medo de que o prejudicassem.

Não há necessidade de que o ajudemos.

Obs.: A preposição DE pode ficar subentendida.
Ex.: Tínhamos certeza que iríamos.

e) Predicativas: desempenham a função de predicativo.
Ex.: A verdade é que ele se esforçou muito.

Obs.: O verbo da oração principal é sempre SER, acompanhado do seu sujeito. Compare os dois períodos:

É bom que venham todos. (subjetiva)
O bom é que venham todos. (predicativa, pois o sujeito é o bom)

f) Apositivas: funcionam como aposto, geralmente depois de dois-pontos.
Ex.: Só dizia uma coisa: que venceria os obstáculos.

3) Adverbiais: são as orações que desempenham a função de adjunto adverbial da oração principal. São iniciadas por conjunções subordinativas adverbiais.
Ex.: Quando o dia nasceu, César foi para o hospital.
adj. adv. tempo

As orações subordinadas adverbiais podem ser:
a) Causais: funcionam como adjunto adverbial de causa. Principais conjunções: porque, como, pois, já que, uma vez que.
Ex.: Susana foi reprovada porque não estudou.
Como ia chover, recolhemos a roupa.

b) Condicionais: indicam condição. Principais conjunções: se, caso, sem que.
Ex.: Irei ao jogo, se pagarem minha entrada.
Sem que haja esforço, nada será possível.

c) Comparativas: estabelecem uma comparação. Principais conjunções:
como, que (ou do que), quanto. O verbo, muitas vezes, fica oculto, sendo o mesmo da oração principal.
Ex.: Helena é linda como a mãe.
Ele fala mais que um papagaio.

d) Conformativas: indicam conformidade ou acordo, às vezes modo. Principais conjunções: como, conforme, segundo.
Ex.: Agi como mandaram.
Segundo me disseram, não haverá jogo.

e) Concessivas: são as que expressam idéia contrária à da oração principal. Principais conjunções: embora, mesmo que, ainda que.
Ex.: Ainda que gritasse, não seria atendida.
Eles chegaram cedo, embora não fosse preciso.

f) Consecutivas: indicam uma conseqüência. Principal conjunção: que (precedida de tão, tal, tanto, tamanho).
Ex.: Correu tanto, que caiu.
Era tal seu medo, que desmaiou.

g) Finais: correspondem a um adjunto adverbial de fim. Principais conjunções: para que, a fim de que.
Ex.: Tirou a tampa para que o perfume se espalhasse.
Ele desceu logo a fim de que pudéssemos vê-lo.

h) Proporcionais: são as que estabelecem uma proporção. Principais conjunções: à proporção que, à medida que, quanto mais ... mais.
Ex.: Progrediremos à medida que trabalharmos.
Quanto mais estuda, mais aprende.

i) Temporais: funcionam como adjunto adverbial de tempo. Principais conjunções: quando, logo que, depois que, antes que.
Ex.: Eles se retiraram quando o sol aparecia.
Assim que o ônibus parou, todos desembarcaram.

Observações finais
• Chamam-se orações reduzidas aquelas que não possuem conjunção e apresentam o verbo numa forma nominal. Classificam-se da mesma forma que as desenvolvidas, bastando atentar-se para o seu significado e estrutura.

Alguns exemplos:
1) É importante falar-se com clareza. (subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
2) Estava certo de ser aproveitado. (subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo)
3) Estudou Letras para ser professor. (subordinada adverbial final reduzida de infinitivo)
4) Falando com educação, você não o irritará. (subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio)
5) Terminada a prova, os candidatos se retiraram. (subordinada adverbial temporal reduzida de particípio)
6) Vi um menino brincando no jardim. (subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio)

• Um período, como vimos até aqui, pode ser composto por coordenação ou subordinação. Pode ser também misto, isto é, por coordenação e subordinação.
Ex.: Denise disse que não voltaria, mas não resistiu.
1ª 2ª 3ª

1ª: principal
2ª: subordinada substantiva objetiva direta
3ª: coordenada sindética adversativa

• Algumas orações não aparecem na Nomenclatura Gramatical Brasileira. Eis algumas:
1) Subordinada substantiva agente da passiva.
Ex.: O trabalho foi feito por quem conhece o assunto.

2) Subordinada adverbial locativa.
Ex.: Moro onde moras.

Neste caso, pode-se classificar a oração como adjetiva, considerando-se um antecedente oculto: Moro no lugar onde moras (= no qual)

3) Subordinada adverbial modal.
Ex.: Os náufragos salvaram-se nadando.

Neste caso, pode-se classificar a oração reduzida como adverbial conformativa.

• As orações subordinadas adjetivas podem, excepcionalmente, ser introduzidas por um pronome indefinido precedido de preposição.
Ex.: O trabalho de quem conhece o ofício é sempre melhor.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

PRÉ-MODERNISMO

Pré-Modernismo
1902
MARCO
Obra
OS SERTÕES (1902)
Autor
Euclides da Cunha (1866-1909)
MARCO
Obra
CANAÃ (1902)
Autor
Graça Aranha (1868-1931)

CONTEXTO HISTÓRICO
O fim do século XIX e as duas primeiras décadas do século seguinte foram marcados por mudanças no quadro político, econômico e social do Brasil. Em 1894, tomou posse o primeiro presidente civil Prudente de Morais, que deu início à então chamada República do café-com-leite. Além disso, outros fatores concorreram para essas alterações: o auge da produção agro-pecuária na região Sudeste; o processo crescente de urbanização de São Paulo; o desembarque de um grande número de imigrantes, sobretudo de italianos, no centro sul do país; a marginalização dos antigos escravos, em grandes áreas da nação; o declínio acelerado da cultura canavieira do Nordeste, sem condições de competir com a ascensão do café paulista,.
Tais mudanças provocaram, por um lado, o aumento das pequenas classes - média, operária e proletária, e, por outro, contribuíram para o aparecimento de hierarquia entre as classes dominantes. Em primeiro lugar, o poder político-econômico estava nas mãos dos grandes cafeicultores de São Paulo e dos pecuaristas de Minas; em segundo, com a burguesia industrial de São Paulo e Rio de Janeiro; em terceiro, com o Exército que, desde a proclamação da República, começara a se destacar politicamente.
Nesse cenário, duas ideologias entraram em choque: o tradicionalismo rural, refratário à mente agitada dos centros urbanos, e as transformações nas grandes cidades, onde a burguesia rica estava sempre aberta às influências externas, em busca de modernização e as classes média e operária estimulavam movimentos progressistas radicais.
Tudo isso marcou, cada vez mais, os acentuados contrastes da realidade brasileira, dando origem a conflitos sociais isolados, tais como: a Revolta de Canudos, no sertão nordestino; o caso do Padre Cícero, na cidade cearense de Juazeiro; o fenômeno do cangaço, com a figura de Lampião; todos refletindo a situação crítica de um Nordeste abandonado. A rebelião contra a vacina obrigatória e a revolta da chibata no Rio e os movimentos grevistas de operários em São Paulo, sob orientação anarquista, durante a Primeira Guerra Mundial, eram sintomas de uma classe nova que já lutava para sobreviver, numa cidade em fase de industrialização. Esses movimentos tiveram, isoladamente, uma história independente que, no conjunto, revelavam a crise de um país que se desenvolvia às custas de graves desequilíbrios.

CARACTERÍSTICAS
Nas duas primeiras décadas do século XX, período de transição entre o que era passado e o que seria chamado de moderno, existiram as mais variadas tendências e estilos literários, além dos poetas do Parnasianismo e Simbolismo, que ainda continuavam escrevendo. Por apresentar traços individuais muito fortes, o Pré-Modernismo no Brasil não se caracteriza como escola literária, distinguindo-se, na verdade, como um termo genérico para designar a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promoviam rupturas com o passado. A partir daí, a continuidade de temas e sínteses expressivas tradicionais são vistas, nas obras desse período, como uma ou outra tendência. Por isso, alguns pontos em comum podem ser apontados.
Ruptura com a linguagem acadêmica e artificial dos parnasianos, encontrada em autores cujas obras, sem nenhuma sistematização aparente, contradizem e abalam lingüisticamente as características da literatura tradicional, retratando a fala de uma determinada localidade.
Problematização e denúncia da realidade sócio-cultural brasileira, cujo objetivo principal desse período é mostrar o Brasil do operário suburbano, do sertanejo nordestino, do caipira interiorano e do imigrante que, na figura desses tipos humanos, surgem como personagens marginalizadas em um novo regionalismo, registrando costumes e verdades locais para mostrar uma terra diferente da revelada pelos escritores do Romantismo e Realismo-Naturalismo.
A preocupação em retratar fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos aproxima a realidade da ficção. Os Sertões e Canaã, publicados em 1902, marcam o início do período pré-modernista. Na primeira obra, fazendo uma completa análise da terra e do sertanejo nordestino, Euclides da Cunha retrata a guerra dos Canudos. Na segunda, Graça Aranha documenta a imigração alemã, no Espírito Santo. Em Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), Lima Barreto aborda o governo de Floriano e a Revolta da Armada, e em Cidades Mortas (1919), Monteiro Lobato descreve a pobreza do caboclo nos vilarejos decadentes do Vale do Paraíba Paulista.
Esses autores, de certa forma, abrem caminho para o Modernismo, expondo os problemas brasileiros que, retomados pelos "futuristas", contribuem para a "descoberta do Brasil". Na poesia, destaca-se também o expressionismo "sui generis" de Augusto dos Anjos, que, rompendo com o passado antecipa algumas das "descobertas" modernistas.

questões sobre o Pré-Modernismo - 3C1/3C2

Pré-Modernismo
1. (FCC-BA) Obra pré-modernista eivada de informações histórias e científicas, primeira grande interpretação da realidade brasileira, que, buscando compreender o meio áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma campanha militar que investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e do abandono do homem do sertão. Trata-se de:


a. O sertanejo, de José de Alencar.
b. Pelo sertão, de Afonso Arinos.
c. Os Sertões, de Euclides da Cunha.
d. Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
e. Sertão, de Coelho Neto.


2. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-se afirmar:
a. Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira.
b. Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna.
c. Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura regional de ficção.
d. Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do homem do sertão.
e. Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem.


(FATEC) Os dois textos referem-se às questões 3 e 4.
Texto A:
"O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros idéia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapé sinistro e aquele "sopapo" que deixava ver a trama das varas, como o esqueleto de um doente.
Por que, ao redor dessas casas, não havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? e não havia gado, nem grande, nem pequeno. Era raro uma cabra, um carneiro. Por quê? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência." (Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma).


Texto B:
"O silêncio de êxtase em que ficou foi interpretado pelo estudante como uma prostração de saudade. Ele fora acordar na alma do patrício a nostalgia que o tempo consumidor havia esmaecido, lembrando-lhe a terra nativa onde lhe haviam rolado as primeiras lágrimas. Céus que seus olhos lânguidos tanto namoravam nas doces manhãs cheirosas quando, das margens remotas dos grandes rios vinham, em abaladas, brancas, sob o azul do céu, as garças peregrinas/ campos de moitas verdes onde, nas arroxeadas tardes melancólicas, ao som abemolado das flautas pastoris, o gado bravio, descendo das malhadas, em numeroso armento, junto, entrechocando os chifres aguçados, mugia magoadamente quando, por trás dos serros frondosos, lenta e alva, a lua subia espalhando pela terra morna o seu diáfano e pálido esplendor." (Coelho Neto, A Conquista).


3. (FATEC) Assinale a alternativa correta.
a. Ambos os textos são narrados em terceira pessoa. No primeiro, pelo discurso do narrador, passa a perspectiva de um personagem que, habituado aos grandes centros urbanos, choca-se com a pobreza dos subúrbios.
b. No texto B o narrador expõe as lembranças de um personagem que, exilado de sua terra natal, conta a um interlocutor suas experiências em contato com a natureza tropical.
c. No texto de Lima Barreto fica clara a acusação à indolência dos roceiros como a única responsável pela realidade do seu meio – opinião, de resto, partilhada por Monteiro Lobato em suas referências ao personagem Jeca Tatu.
d. Os dois textos tratam, em princípio, do espaço rural observado por personagens oriundos do espaço urbano e em crise com a falta de perspectiva nas cidades.
e. No texto A, depreende-se, através do contato de um personagem citadino com a realidade rural, a perspectiva crítica dos problemas da população do campo.


4. (FATEC) Com relação aos textos, assinale a única afirmação incorreta.
a. No texto de Coelho Neto observa-se, ao lado do aproveitamento da temática bucólica, a idealização excessiva do ambiente do campo.
b. No texto de Lima Barreto, contrariamente ao de Coelho Neto, constata-se a visão questionadora e crítica dos problemas da população rural e seu espaço
c. A sugestão do bucolismo clássico no texto de Coelho Neto, exemplificado pela frase "ao som abemolado das flautas pastoris, o gado bravio, descendo das malhadas...", contrasta com a quebra da idealização nostálgica do campo – enquanto espaço rico e harmônico – exposta no texto de Lima Barreto.
d. Enquanto a linguagem de Lima Barreto se caracteriza pelo despojamento sintático e vocabular (frases curtas e poucos adjetivos), o estilo de Coelho Neto está bastante preso ao purismo e à erudição do naturalismo art nouveau, de que são exemplos a sintaxe complicada e as construções com muitos adjetivos.
e. O contraste verificado entre as linguagens dos dois autores explica-se pelo fato de que, sendo ambos representantes do Pré-Modernismo brasileiro, eles prenunciam o Modernismo, que se preocupa com a aceitação completa de todos os estilos individuais, sem preconceitos contra qualquer forma de linguagem.


5. (UFR-RJ)
"Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação da cultura, defensor dos valores e riquezas nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo."
O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é:
a. Lima Barreto
b. José Lins do Rego
c. Monteiro Lobato
d. Mário de Andrade
e. Cassiano Ricardo


6. (UFR-RJ) O autor de Triste fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste o seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a. Euclides da Cunha
b. Graça Aranha
c. Manuel Bandeira
d. Lima Barreto
e. Graciliano Ramos


(PUC-SP) O texto a seguir refere-se às questões 7 e 8:
"Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"
(Lima Barreto)


7. (PUC-SP) As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:
a. desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas européias.
b. engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
c. antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
d. se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.
prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.


8. (PUC-SP) O trecho acima pertence ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma. Da personagem que dá título ao romance, podemos afirmar que:
a. foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b. perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c. defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte justamente pelos valores que defendia.
d. foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e. era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.


9. (UNITAU-SP)
"Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive."
Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lobato:
a. ao nordestino.
b. ao menor.
c. ao sertão.
d. ao caboclo.
e. ao paulistano.


10. (UEL-PR) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a. a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b. a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c. a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
d. a prática de um experimentalismo lingüístico radical.
e. o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.


11. (VUNESP) Leia os versos que seguem:
"Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários...
Na consciência daquela multidão...
E, em vez de achar a luz que os céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!"
Esses versos apresentam em conjunto características relativas a ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe e figuras de linguagem, tornando possível a identificação de um estilo mesclado de dois estilos artísticos diferentes. Esse estilo foi marca inconfundível de um autor brasileiro que os críticos em geral consideram de difícil enquadramento histórico-literário.
Tendo em vista tais informações, assinale a alternativa correta.
a. O autor é Machado de Assis e os estilos mesclados são Realismo e Modernismo.
b. O autor é José de Alencar da última fase e os estilos mesclados são Romantismo e Realismo.
c. O autor é Augusto dos Anjos e os estilos mesclados são Simbolismo e Naturalismo.
d. O autor é Castro Alves e os estilos mesclados são Romantismo e Realismo.
e. O autor é Sousândrade e os estilos mesclados são Romantismo e Modernismo.

12. (UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos:
a. rústicos, ligados ao campo.
b. aristocratas, ligados ao campo.
c. aristocratas, ligados à cidade.
d. burgueses, ligados à cidade.
e. populares, ligados ao subúrbio.


13. (PUC-RS) Na figura de ....., Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos.
a. O Cabeleira
b. Jeca Tatu
c. João Miramar
d. Blau Nunes
e. Augusto Matraga


14. (PUC-RS) A obra pré-modernista de Euclides da Cunha situa-se entre a ..... e a ..... .
a. História - Psicologia
b. Geografia - Economia
c. Literatura - Sociologia
d. Arte - Filosofia
e. teologia - Geologia


15. (FAUS-SP) Criador da literatura infantil brasileira. Criticado por seu agnosticismo, pois era influenciado pelo evolucionismo, positivismo e materialismo de fins do século passado.
a. Monteiro Lobato
b. Jorge de Lima
c. Rui Barbosa
d. José de Anchieta
e. José Lins do Rego


16. (PUC-RS)
"Triste a escutar, pancada por pancada.
A sucessividade dos segundos,
Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos,
O choro da energia abandonada."
A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjos, como exemplifica a estrofe, a forte presença de uma dimensão:
a. niilista.
b. patológica.
c. cósmica.
d. estética.
e. metafísica.

17. (VUNESP) Volume contendo doze histórias tiradas do sertão paulista, foi citado por rui Barbosa, em discurso no Senado, apontando o personagem Jeca Tatu como o protótipo do camponês brasileiro.
Aponte o autor e sua obra:
a. Monteiro Lobato - Urupês
b. Lima Barreto - Cemitério dos vivos
c. Monteiro Lobato - Cidades mortas
d. Coelho Neto - Fogo-fátuo
e. Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos


18. (UFRGS-RS) Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como:
a. a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
b. pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizada.
c. uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
d. a necessidade de fazer crítica social, já que o Realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
e. aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.


19. (FATEC-SP) Assinale a alternativa incorreta.
a. Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é marcada por diversidades, abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares-comuns herdados de autores anteriores.
b. Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o compromisso com os problemas de seu tempo.
c. A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária.
d. O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa parte da obra poética escrita durante o período pré-modernista.
e. Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Aranha interveio a favor da renovação artística a que se propunham os escritores modernistas.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E E CANADA

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100 erros comuns de português

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
"Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
"Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
"Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
"Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
"Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
"Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
"Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
"Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
"Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
"Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
"Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
"Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
"Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
"Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
"Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
"Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
"Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
"Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
"Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
"Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.